quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Renantique

Num dia desses, procurando por alternativas culturais que coubessem no meu bolso (leia-se de graça), resolvi ir à uma apresentação de música medieval e renascentista com alguns colegas. O espetáculo chamava-se Renantique  olha que nome chique, cult, fino  e fazia um tributo aos 450 anos de nascimento de um cara que eu nunca tinha ouvido falar na minha vida: John Dowland. Bom, esse senhor aí, segundo o folheto, foi um compositor tudor. Tudor?! Sim, aquela dinastia que teve como segundo rei Henrique VIII que se separou de Catarina de Aragão para casar com Ana Bolena, mas para isso foi preciso romper com a Igreja Católica e criar uma nova, a Igreja Anglicana. É uma longa história, principalmente se formos contar as polêmicas que envolveram esse casamento até a execução da mais famosa das mulheres do rei, a própria Ana. Dessa união, nasceu Elizabeth I, a última a assumir o reinado da dinastia Tudor, momento em que a Inglaterra alcançou seu auge econômico e tornou-se a maior potência europeia. Elizabeth incentivou bastante a música e a dança, atiçando assim as pretensões artísticas de John Dowland. Shakespeare também fez parte dessa época!

Relembrei muito sobre história, mas também um pouquinho sobre música. Broken consort, por exemplo é uma estrutura formada por instrumentos de famílias diferentes e whole consort com instrumentos iguais.

Eu não entendo absolutamente nada da parte técnica de instrumentos ou de música, o máximo que sei é dó-ré-mi-fá-sol-lá-si. Eis que os músicos então me aparecem com instrumentos que nunca tive contato antes: cornamusa, cromornos, saltério de dedo, rabeca, viola de gamba, alaúde renascentista, viela de arco, etc, etc. É muita coisa para o meu juízo, eu já não tenho muita paciência para música clássica, só consigo mesmo ouvir um bolero de Ravel para estudar. Então, a parte que mais me interessou foi a história por trás do grupo e não a coisa em si. O grupo é divido em música e dança, Música Antiga Renantique e Terpsícore Danças Antigas, respectivamente. Entre os músicos, lá bem escondidinho e lindo, um menino de aproximadamente doze anos, tocando de olhos fechados sua flauta doce, parecia um adulto. Tive vontade de saber mais sobre as pessoas, mas não pude ficar até o final do espetáculo porque já ia ficando tarde e teria que voltar para casa de ônibus. Go crystal tears. Flow my tears.

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